Escrito no século V da Era Comum, Vakyapadiya(Da palavra), aqui apresentado em tradução feita diretamente do sânscrito, trata de questões conceituais da Filosofia da Linguagem segundo a tradição gramatical hindu.
O autor, o filósofo e linguista indiano Bhartrhari, apresenta suas ideias emversos, sendo o texto dividido em duas seções ou “livros”: o Brahmakanda,de 183 dísticos, e o Vakiakanda, de490 dísticos.
O texto aqui apresentado é o doBrahmakanda. O autor começa por umdiscurso que afirma aunidade ontológica entre o princípio atemporal e absoluto e a palavra ou linguagem, produzindo,na verdade, uma espécie de introdução geral à tradição gramatical.
O grande modelo de Bhartrhari aqui é Patañjali, que viveu cerca de sete séculos antes. Ele inspira-se na Paspasã,introduçãodo Mahabhsasya(“Grande comentário”) do gramático, o que se evidencia na escolha de temas, argumentos e ilustrações, e ainda nos tratos de linguagem e estilo. Bhartrhari não só revisita e reinterpreta problemas clássicos, como o danatureza da palavra, de sua perenidade, da relação da gramáticacom os Vedas e o rito, como também antecipa, em forma condensada, alguns dos assuntos pormenorizados nas seçõesseguintes, dentre os quais a questão da grandeza de comunicaçãoda língua, as teorias sobre o universal e o particular.
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A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
Este é o primeiro volume da coleção Pequenos Frascos, a qual apresenta pequenos textos, menos conhecidos - e, de certa forma, "marginais" - de autores consagrados nas mais diversas áreas. Neste volume há uma compilação de escritos satíricos de Jonathan Swift, escritor irlandês do século XVII. O texto que o intitula é um pequeno grande achado: o autor apresenta uma polêmica solução para o problema das crianças famintas que perambulava pelas ruas da Irlanda na época. É um "mundo dos horrores" modo pelo qual o autor convoca a todos para a liberdade de pensar "pelo avesso", porque "o mundo está direitinho demais para estar certo. Apesar do lapso temporal, é de uma incrível atualidade em relação à realidade mundial e, sobretudo, à brasileira.
A escrita de Florbela faz parte de um movimento de renovação que teve lugar no Portugal dos anos 20 e 30, e quem vem na (con)seqüência do alto Modernismo de 1913-1917 com o seu epicentro no Orpheu de Fernando Pessoa e Sá-Carneiro. Mas não tem parecido assim. Esta série de análises apaixonadas e sistemáticas de Renata Soares Junqueira traz essa contribuição preciosa para a reavaliação e releitura de uma das vozes mais intensas do moderno lirismo em português. Fernando Cabral Martins. Universidade Nova de Lisboa.
Estão reunidos nesta obra 28 estudos, em que Fulvia M. L. Moretto percorre pontos cruciais da literatura francesa, apresentando e discutindo aspectos fundamentais de autores e obras que vão do século XVIII ao século XX. Citem-se, entre outras, as admiráveis análises de Diderot, Lamartine, Zola, Baudelaire, Jules Laforgue, Dujardin, André Gide, Jean Cocteau, Jacques Prévert, Jean-Paul Sartre, Paul Valéry, Simone de Beauvoir e Marguerite Yourcenar.