Esta é a primeira edição brasileira desta compilação das últimas aulas de Émile Benveniste no Collège de France, um dos livros menos conhecidos do célebre gramático e linguista. Lançado na França há apenas dois anos, Últimas aulas insere-se entre os trabalhos do autor que permaneceram à sombra de seus textos mais consagrados, entre os quais o clássico Problemas de linguística em geral.O livro, no entanto, também carrega a marca intelectual de Benveniste, impressa em quase todas as suas obras – uma aguda capacidade de polemizar.
Ao longo de sua carreira de cientista e pensador criativo, Benveniste criou polêmicas fundamentadas com ícones da cultura universal, como Freud, ao apontar a fragilidade do argumento linguístico do médico austríaco para defender a afinidade entre a lógica onírica e a lógica da linguagem. Ele tambémcolocou sob exame severo as categorias aristotélicas para defender que o pensamento até pode apresentar categorias universais, mas as categorias linguísticas devem ser vistas sempre como categorias de uma língua em particular. E entabulou um debate com Platão, em defesa de uma noção de ritmo desvinculada da ideia de métrica e mais próxima da ideia de maneira particular de configuração.
Em suas Últimas aulas, Benveniste polemiza respeitosamente com
Peirce e endossa as teses de Saussure, para formular sua própria tese da língua como interpretante de si mesma e de todos os demais sistemas. A obra, assim, segue a linha da maior parte dos estudos do autor, construída pelo contraponto ao que já estava estabelecido, em sua época, sobre o tema.
Organizado e apresentado pelos linguistas Jean-Claude Coquet e Irène Fenoglio, com prefácio de Julia Kristeva e posfácio de Tzvetan Todorov, esta edição inclui textos inéditos – uma biografia de Benveniste e uma apresentação de seus arquivos conservados na Bibliothèque Nationale de France –, além de fotografias de notas preparatórias de suas palestras.
Autor deste livro.
Tomando como ponto de partida o Memorial do convento, de José Saramago, o esquema interpretativo de Odil, fundamentado em Bakhtin, Benjamin, Barthes e Antonio Candido, permite que se desvendem as principais tensões sobre as quais este romance se estrutura: o discurso narrativo dos períodos de formação da literatura portuguesa versus os modos e as formas do romance da modernidade.
As escolas públicas de ensino básico têm acesso a livros de literatura nacional e estrangeira, além de materiais de pesquisa, garantido pelo Programa Nacional de Biblioteca da Escola (PNBE), instituído em 1997. As obras, porém, nem sempre alcançam os estudantes e docentes. O principal motivo, de acordo com a organizadora desta obra, Aparecida Paiva, é a falta de políticas públicas consistentes e continuadas de formação de leitores, acompanhadas de projetos sólidos de mediadores de leitura.
Este livro estuda a gênese do romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, com base em crônicas publicadas pelo autor sob o pseudônimo de Belmiro Borba, nos jornais mineiros A Tribuna e O Estado de Minas, entre os anos 1933 e 1935.
O livro demonstra a importância da presença de Victor Hugo nas crônicas de Machado de Assis publicadas ao longo da segunda metade do século XIX e mostra como tal presença, ligada a outras referências francesas, ajuda a compor o grande quadro da vida brasileira do século XIX, em uma interação abrangente das duas culturas. O estudo segue o conceito do intertexto, uma vez que o trabalho criador do cronista é, sem dúvida, algo marcante e que nos interessa mais de perto, visto estudarmos o modo pelo qual a presença de Victor Hugo se manifesta no texto machadiano. Esse caminho teórico revitaliza a crítica de fontes e oferece ao texto liderança e sentido, incorporando a paródia e a citação.
Verifica o que pensavam sobre poesia os primeiros poetas brasileiros e como eles expuseram as suas idéias. Estimula o leitor a compreender melhor o contexto da produção poética colonial. Inclui uma antologia de poemas, prefácios, prólogos e dedicatórias de Bento Teixeira, Gregório de Matos, Manuel Botelho de Oliveira e Cláudio Manuel da Costa, entre outros poetas do período.