Um marco na história da edição de periódicos no país, a Revista do Brasil é extensamente analisada nesta obra de Tania Regina de Luca. A autora levanta toda a conjuntura envolvendo a publicação, desde o resgate de seus objetivos iniciais, o contexto político e social no momento do seu lançamento, até seus padrões estéticos e o modo como passou a influenciar o debate sobre a realidade nacional. Em pouco tempo, a revista passou a ocupar um papel de destaque na história da imprensa e da intelectualidade do país, se tornando importante entender sua trajetória para se ter uma visão mais ampla da construção do pensamento brasileiro.
Tania Regina de Luca realiza ainda uma contextualização editorial da publicação, mostrando as diferenças entre as revistas ilustradas e de variedades daquelas tidas como culturais ou literárias, considerando ainda as revistas modernistas das décadas de 1920 e 1930, como a Klaxon, Terra Roxa e a Revista de Antropofagia. Para realizar este estudo, a autora abrange o período mais significativo da publicação, que vai de 1916 a 1944, quando esteve sob a tutela de Júlio de Mesquita (1916-1918), Monteiro Lobato (1919-1925) e Assis Chateaubriand (1926-1944). Crucial para compreender a formação cultural e intelectual do Brasil desta época, o livro de Tania Regina de Luca registra história, análise e literatura em um único volume.
Autor de 3 livros disponíveis em nosso catálogo.
Este livro trata de uma das mais importantes publicações brasileiras do início do século, de sua origem em 1916 até o fim de sua fase principal em 1925. Constituindo-se um dos poucos trabalhos historiográficos existentes sobre o tema, a autora analisa A Revista do Brasil não apenas como fato editorial, mas como veículo de divulgação das propostas da intelectualidade no período, cuja influência foi decisiva na determinação dos rumos da construção nacional.
A admiração pela França constituiu um traço marcante das elites brasileiras desde os primórdios da independência, momento em que se tornou urgente dotar o jovem país de uma identidade capaz de lhe assegurar feições próprias. Sob a batuta de um diminuto grupo, concebeu-se e projetou-se uma representação da nação que não pode ser dissociada dos valores e da auto-imagem de seus propugnadores.
Poucos são os estudos mais aprofundados sobre a produção de Lima Barreto, um dos expoentes da literatura brasileira do início do século XX e autor de obras clássicas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos. Mas esta pesquisa do inglês Robert John Oakley, que é professor de português e espanhol da Universidade de Birmingham, se diferencia ainda mais por ir além da análise das muitas obras do autor, entre narrativas longas, contos, sátiras e crônicas. R. J. Oakley, ao destrinchar a trajetória literária de Lima Barreto, baseia-se nos resultados da pesquisa sobre as pouco investigadas leituras do autor, e revela que textos como O que é a arte?, de Tolstoi, Os heróis, de Thomas Carlyle, e autores como Herbert Spencer e Henry Maudsley, serviram muito para desenvolver sua concepção da prática da escrita e do papel da literatura. Neste livro, o leitor poderá ter acesso a uma visão mais ampla do pensamento barretiano, partindo justamente das obras que serviram de referência na formação do seu caráter crítico. Assim, em um trabalho meticuloso, R. J. Oakley mostra como a influência de textos variados é capaz de moldar um escritor.
Lançado originalmente em 1976, este livro de Terry Eagleton veio em um momento em que as principais ideias do marxismo estavam em ebulição nos círculos intelectuais e presentes nas discussões acadêmicas. A partir do gancho oferecido pelas circunstâncias de então, o autor procurou uma abordagem diferenciada do pensamento marxista, buscando sua relação com a produção artística e o modo como a ideologia influencia a literatura
O volume intitulado Entre Cabral e Drummond inclui os ensaios “Drummond e Cabral: pedras no caminho” e “Como ler a poesia de Carlos Drummond de Andrade. No primeiro texto, Sant’Anna estuda de forma original a complexa relação edipiana entre Cabral e Drummond. Analisa o conceito de “família literária”de Cabral, a questão da “epifania” em Drummond e Bandeira, e mostra como a leitura que Cabral fez de Miró foi equivocada, constituindo-se em uma projeção da poesia que ele, Cabral, faria futuramente.