CULTURA CAPITALISTA E FETICHISMO CONTEMPORÂNEO
Os ensaios deste livro se organizam segundo a concepção benjaminiana da modernidade que, do Drama barroco alemão às Passagens, procura compreender o capitalismo atual, associando o fenômeno do fetichismo à vida política e ao estado de exceção. Procedendo a uma reformulação das concepções de Marx e de Freud, com Baudelaire e o surrealismo, acompanhamos as transformações identificadas por Benjamin no mundo moderno. O conceito benjaminiano de "sex appeal do inorgânico" contém, modificando-o e ampliando-o, o fetiche em sua caracterização marxista e freudiana, pois Benjamin trata de um fetichismo inédito, marcado por sua capacidade em eliminar as barreiras que separam o orgânico do inorgânico, fazendo com que cada um possa se sentir "em casa" tanto no mundo inanimado quanto naquele de "carne e osso".
Autor deste livro.
Esta coletânea consiste de uma seleção de textos apresentados durante a XXVIII Jornada de Filosofia e Teoria das Ciências Humanas, realizada em outubro de 2005 na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Unesp de Marília. O tema central foi a Teoria Crítica e suas conexões com a política, a estética e a educação, sobretudo no que se refere à sociedade contemporânea, congregando artigos nos quais os conceitos críticos da Escola de Frankfurt são mobilizados pelo objetivo central de compreender dialeticamente questões como a transformação histórica da natureza, o conceito de experiência de Benjamin, a teoria crítica e a religião no pensamento de Horkheimer, reflexões sobre cultura, política e ciência na sociedade contemporâna, a indústria cultura e a canção popular no Brasil, a globalização e a indústria fonográfica na década de 1990, a sociedade unidimensional e o processo de "deseducação", a educação, o preconceito e os limites da emancipação, a formação de professores e a universidade: indústria cultural e dialética negativa.
Roland Omnès procura identificar, neste livro, novas bases para uma reflexão sobre a ciência, que se apresentem sólidas e fecundas. Perfaz um longo percurso pela História da Ciência e indica os princípios a que a ciência chegou hoje, permitindo-nos restaurar o senso comum e ao mesmo tempo estabelecer seus limites e os limites de alguns princípios de Filosofia que dele decorrem.
Nesta obra clássica, escrita nos anos 1930, Theodor W. Adorno antecipa muitos dos temas que se tornariam fundamentais na filosofia contemporânea – a crítica ao fundamentalismo e às ilusões do idealismo, o fim da epistemologia –, além de anunciar as ideias centrais que desenvolveria em seus trabalhos mais importantes. O livro, assim, carrega a singular característica de traçar uma ponte direta entre o período de juventude e o de maturidade do filósofo.
Neste livro, a filósofa Maria das Graças de Souza, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, mostra que é possível encontrar uma unidade de pensamento na multiplicidade de textos e abordagens do filósofo francês. Para a autora, é no naturalismo materialista que Diderot amplia a exigência de uma crítica racional da representação teológica do mundo, atribuindo à totalidade material tudo o que a tradição até então tinha considerado fruto da transcendência. A vida pública e a história seriam determinadas por necessidades materiais, sem nenhum tipo de crença em nenhuma forma de panteísmo. Segundo Diderot, o pensamento materialista, portanto, não se destina a manifestar uma realidade oculta no sentido místico, mas a ter uma clareza muito maior na explicação da natureza do mundo.
Este livro integra a Coleção Biblioteca de Filosofia, cujo objetivo é a publicação de trabalhos dos mais jovens e dos mais velhos, na busca de dar visibilidade ao que Antonio Candido (referindo-se à literatura brasileira) chama de "um sistema de obras" capaz de suscitar debate, constituir referência bibliográfica nacional para os pesquisadores e despertar novas questões no intuito de alimentar uma tradição filosófica no Brasil, além de ampliar, com outros leitores, o interesse pela filosofia e suas enigmáticas questões. Mostra como a questão da ética é relevante na obra de Sartre, considerada a abordagem concreta de delineamentos presentes nas reflexões do pensador francês sobre conceitos como a má-fé, o ser-para-si e o ser-para-outro. Acima de tudo, um filósofo que acredita que as questões tratadas pelas pessoas individualmente são as propostas pela época que cabe a cada ser humano viver.