RACIONALIZAÇÃO, TRABALHO E TEMPO LIVRE NAS NARRATIVAS DE EX-ALUNOS DO CURSO DE FERROVIÁRIOS DA ANTIGA PAULISTA
Apoiado nos conceitos de reino da necessidade e reino da liberdade, de Marx, e de labor e work, de Hannah Arendt, este livro faz uma análise da política de racionalização do trabalho implementada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a partir de 1934. Por meio dos relatos dos ex-alunos do Curso de Ferroviários, o autor recupera a natureza e o alcance das políticas de racionalização do trabalho, característica da prática política da grande indústria paulista voltada para o controle do trabalhador, a qual na prática se generaliza com a criação do SENAI, em 1942, e do SESI, em 1946.
Autor deste livro.
Formas de resistência camponesa. Visibilidade e diversidade de conflitos ao longo da história vol. 1, Concepções de justiça reúne quinze capítulos que se propuseram a um único e importante objetivo: contribuir para a realização de um campo de conhecimento que se convencionou chamar de história social do campesinato. Os textos inseridos neste volume são os resultados de pesquisas produzidas em várias universidades brasileiras e em distintas regiões do país e foram calcados em estudos empíricos e em análises de fontes primárias capazes de sustentar as hipóteses defendidas por seus autores. Os camponeses são mais conhecidos na historiografia brasileira pelas grandes rebeliões contra os latifundiários do que por sua formação histórica. Os capítulos aqui congregados falam-nos de experiências de lutas, da organização de movimentos rurais ocorridos em vários quinhões do que hoje chamamos de Brasil. São partes de uma história a ser contada, pois muitos dos embates de outrora foram esquecidos nos porões dos arquivos locais, onde estão guardados fragmentos de um passado (às vezes recente) de querelas de lavradores e camponeses contra pretensos proprietários, em suas tentativas de assegurarem seu acesso a terra.
Obra que é produto direto dos processos de formação de técnicos e conselheiros, de Secretarias e Comissões Estaduais de Trabalho, juntamente com as intituladas PLANEJANDO COM FOCO NA DEMANDA DO MERCADO DE TRABALHO, EXPERIÊNCIAS INOVADORAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL e TRABALHANDO COM A DIVERSIDADE NO PLANFOR. Pretende sistematizar a produção conceitual, metodológica e operacional elaborada e/ou utilizada pela Sede Acadêmica Brasil da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Tem como objetivo registrar os processos de qualificação profissional realizados pela Flacso/Brasil nas unidades da federação e com técnicos e técnicas das referidas Secretarias, durante o ano de 1998. Além de memória técnica, é interessante ferramenta de trabalho para gestores, planejadores, executores e avaliadores na área de trabalho e renda.
O Bolsa Família completa 10 anos em 2013, alcançando perto de 50 milhões de pessoas, o que o torna o maior programa de combate à pobreza do mundo. Mas, quais seriam seus impactos na vida de seus beneficiários, principalmente das mulheres, titulares do benefício? Walquiria Domingues Leão Rego e Alexandre Pinzani buscam, neste estudo, fazer essa avaliação, com foco não nas melhorias econômicas, mas nas conquistas de autonomia –moral, econômica e política –daquelas mulheres, a partir do momento em que passaram a contar com uma renda monetária regular, ainda que mínima, uma situação inédita para a maioria delas. Os autores ouviram, entre 2006 e 2011, mais de 150 mulheres cadastradas no Bolsa Família, nas regiões mais empobrecidas do país, onde a circulação de dinheiro é escassa: Vale do Jequitinhonha (MG), sertão e litoral de Alagoas, interior do Piauí e do Maranhão, periferias de São Luís e do Recife. Cada mulher foi entrevistada mais de uma vez, de modo que foi possível verificar as mudanças que experimentaram durante o período, a partir da interpretação de seus depoimentos à luz de teorias da Filosofia e da Sociologia, em especial da sociologia do dinheiro. Leão Rego e Pinzani constataram que o programa de transferência de renda produz impactos sociais significativos nas vidas das beneficiárias, incomparáveis aos proporcionados por outros tipos de auxílio, como, por exemplo, vales de troca por produtos ou cestas básicas. Os efeitos decorrem do fato do benefício ser em dinheiro, o que implica em liberdade e responsabilidade quanto ao uso, aprendizado de planejamento de gastos e ganhos de dignidade. Os beneficiários experimentam certo grau de liberdade e autonomia, segundo os autores, porque podem escolher a forma de empregar o dinheiro, e ganhos de dignidade perante os demais membros da comunidade porque se tornam confiáveis: “O cartão do Bolsa Família é a única coisa que me deu crédito na vida, antes não tinha nada”, diz uma das entrevistadas. O estudo deita por terra certos preconceitos, como aquele segundo o qual não se deve dar dinheiro aos pobres, que não saberiam como empregá-lo. As mulheres ouvidas na pesquisa demonstram o contrário: em geral elas gastam prioritariamente com alimentos, em especial para as crianças. Uma delas informa que pode comprar, finalmente, um inalador para um filho que sofre de crises asmáticas. Se o dinheiro fosse entregue aos homens, sugere parte das entrevistadas, poderia ser utilizado de modo mais egoísta. Talvez por isso, a quase totalidade aprova o fato do benefício de ser entregue a elas, e não a eles. Contudo, desafiando outro preconceito, as mulheres ouvidas almejam muito mais do que uma renda mínima proveniente de um programa governamental: todas as entrevistadas afirmaram que gostariam mesmo é de ter trabalho regular e carteira assinada. Os impactos positivos do Bolsa Família, porém, ainda representam um passo tímido no enfrentamento da complexa questão da pobreza no país, na opinião dos autores: “Ainda falta fazer muito em políticas públicas para o que o Brasil se torne uma comunidade de cidadãos providos de direitos iguais”.
O Bolsa Família completa 10 anos em 2013, alcançando perto de 50 milhões de pessoas, o que o torna o maior programa de combate à pobreza do mundo. Mas, quais seriam seus impactos na vida de seus beneficiários, principalmente das mulheres, titulares do benefício?
Pelo esclarecimento da relação das autoridades católicas com a República recém-instaurada no Brasil, Wlaumir de Souza debate a influência da Igreja na determinação do perfil do trabalhador que deveria ser aceito como imigrante. A interferência da Igreja nos rumos da imigração é analisada especialmente com base no caso dos Missionários de São Carlos, ordem criada em 1887 para dar assistência aos italianos que aqui vieram "fazer a América".