O POETA BRASILEIRO DE ROMA
Nesta longa e minuciosa pesquisa, realizada quase totalmente na Itália entre 2001 e 2009, Maria Betânia Amoroso recupera e analisa as impressões deixadas por Murilo Mendes entre os italianos durante o período em que ele viveu naquele país (1957 a 1975). Seu maior objetivo é contribuir para a releitura do percurso do poeta e de sua abrangente obra, ao iluminar aspectos ainda poucos estudados de sua trajetória. Conhecido principalmente por sua poesia, Murilo Mendes, católico atuante nos anos 1930 e 1940, foi na verdade um intelectual completo: poeta, ensaísta, crítico de arte, jornalista.
A autora debruça sobre os vestígios deixados por Murilo Mendes em arquivos e bibliotecas, centrando o estudo na figura do poeta e na leitura que críticos, jornalistas e leitores casuais fizeram de sua obra.Ao trazer essas leituras à tona, ela também resgata o que havia de mais característico na cena cultural italiana daqueles tempos e o modo como o Brasil era imaginado por ali.
O livro recoloca o intelectual no contexto da Itália daquele período, inclusive no sentido estético e ideológico. Como resultado, sua obra emerge entre as mais significativas para uma releitura de tais relações no contexto moderno: “O estudo, de fato, se constrói como uma viagem no universo público e privado do grande poeta mineiro, para explorar [...] sobretudo os modos em que ele se apresenta e/ou é percebido pelo meio intelectual e artístico italiano”, escreve Ettore Finazzi-Agrò em artigo que integra a obra.
Amoroso examina o poeta brasileiro de Roma, como se referia a Murilo Mendes, quase como se recorresse a um slogan, a imprensa italiana da época, a partir de sua viagem para a Europa, aproximando-o de intelectuais brasileiros contemporâneos igualmente viajantes. Ela aborda ainda a dimensão do crítico e ensaísta, comenta resenhas, artigos e ensaios escritos por italianos de 1957 a 2005 sobre o poeta e procura desvendar o mito, por meio de elementos que indicam como se construiu sua internacionalização.
Autor deste livro.
Este livro nasce de uma iniciativa de editores universitários brasileiros e colombianos, dando forma a um projeto de ampla e estreita integração latino-americana. Trata-se jovens poetas dos dois países e a seleção apresentada procura situar o leitor no ambiente cultural em que os trabalhos foram produzidos.
Lançado originalmente em 1968 por Leonardo Arroyo, este é um livro referencial para o estudo da Literatura infantil do país. Ele é agora relançado, após algum tempo fora de marcado, justamente por sua relevância e por representar um marco no estudo da área. Os textos contidos na obra são de suma importância para compreender a formação do leitor e do papel das histórias infantis na educação.
Esse estudo visa analisar e reproduzir as leituras críticas de O Primo Basílio publicadas no Brasil, logo após o lançamento do livro, para, de uma só vez, definir as perspectivas estéticas vigentes na cultura letrada e fazer uma edição crítica dos documentos da época. O volume está organizado em duas partes. Na primeira, "A Severidade da Crítica e os Hábitos da Terra", os textos sobre o romance e o drama teatral são analisados e comparados. Na segunda, no "Apêndice", eles são publicados acompanhados de notas explicativas e comentários gerais.
O presente volume é resultado de pesquisas extensas e detalhadas com manuscritos inéditos e poemas publicados de Euclides, estes últimos dispersos em jornais e periódicos, alguns deles já impossíveis de acessar. Do levantamento realizado nos vários acervos consultados pudemos apurar um total de 133 poemas, que podem ser desmembrados da seguinte maneira: 78 pertencentes ao caderno manuscrito Ondas ; vinte poemas dispersos e 12 postais, além de 15 variantes principais e oito secundárias. Se considerarmos que a maior reunião de poemas de Euclides feita até aqui não chegou nem a cerca de quarenta unidades, pode-se aquilatar a diferença de escala que representa o atual levantamento.
A paixão que a literatura de Borges despertou no leitor brasileiro, a partir das análises pioneiras de Mário de Andrade em 1928, está retratada neste surpreendente volume. Os nomes dos "descobridores" de Borges no Brasil, como Augusto Meyer, Alexandre Eulalio e Murilo Mendes, se juntam a uma rara tradução de Clarice Lispector e textos de especialistas como Davi Arrigucci Jr., Júlio Pimentel Pinto, Eneida M. de Souza, Bella Jozef eoutros. As duas passagens de Borges por São Paulo (1970 e 1984) estão também registradas em rica iconografia e nas reveladoras entrevistas de época. Uma farta pesquisa bibliográfica de Borges torna este livro obra de referência obrigatória.