Neste livro, o autor examina as relações entre democracia e política externa, tema para ele de indiscutível atualidade e importância, que, no entanto, tem escassa presença na literatura em língua portuguesa. A obra foca o Brasil após a redemocratização, em 1985, para avaliar se a política externa brasileira tornou-se mais democrática no novo contexto ou se, apesar de ter ganhado mais espaço na mídia nesse período, continuou sendo decidida de exclusivamente pelo Estado.
A análise baseia-se em um resgate de perspectiva historiográfica do discurso e da prática de democratização da política exterior a partir de 1985, problematizando, no âmbito da teoria e dos conceitos, a relação entre democracia e política externa. E evoca o “republicanismo aristocrático” para tentar explicar a relutância à abertura do processo decisório sobre as questões internacionais do país – relutância que se contrapõe ao potencial da política externa para “alterar a consistência entre o Estado e seus cidadãos”.
Para o autor, o debate faz sentido especialmente neste momento histórico em que as sociedades democráticas “internalizaram” a política internacional, em consequência da globalização. Agora, diz, essas sociedades precisam “externalizar o doméstico”, e sem titubear, sob pena de perderem o passo na “acelerada marcha rumo à integração dos povos”.
O livro ainda amealha diferentes pontos de vista sobre a política exterior do país desde o governo José Sarney (1985-1989), reunindo entrevistas com os diplomatas Celso Amorim, Gelson Fonseca, Luiz Felipe Lampreia, Rubens Ricupero e Alexandre Guido Lopes Parola. Sem ser conclusivo, ele mostra que, na democracia, a política externa brasileira tornou-se menos hermética e ganhou mais interlocutores, mas permaneceu conservadora.
Autor deste livro.
Originalmente publicado em inglês pela Lexington Books, este livro de Tullo Vigevani e Gabriel Cepaluni traça o percurso percorrido pelo Brasil na busca por sua independência econômica e política. Partindo de Sarney, no momento logo após a Ditadura Militar, para chegar até o último mandato de Lula, os autores mostram as especificidades da política externa de cada um desses governos.
Obra que procura dar sequencia ao livro anterior Conflitos internacionais em múltiplas dimensões ampliando a discussão sobre os conflitos na área de relações internacionais. São abordadas questões de direitos humanos, segurança internacional,o pós-11 de setembro, entre outros aspectos.
Interdisciplinar por natureza, a área temática de políticas públicas, tem recebido grandes e freqüentes contribuições no Brasil, marcadamente após a redemocratização, nos anos 1980. Tal pujança, porém, embute riscos de fragmentação. Este livro busca contribuir para que se fortaleça o conhecimento sobre as teorias produzidas por diferentes disciplinas para o estudo das ações do Estado.
A história econômica da América Latina é a história da sua luta pela soberania, uma luta que desde 1979 vai perdendo terreno para uma política de ajustes macroeconômicos subordinados à Nova Ordem Internacional. É a respeito das engrenagens desse enfraquecimento que escreve Wilson Cano. Mediante um estudo envolvendo realidades nacionais de vários países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e Cuba), Cano apresenta uma história econômica que vai de 1929 aos dias atuais, história que não quer terminar.
Abrangente e rico em informações, este livro aborda dois temas da maior relevância: de um lado, o processo histórico que leva à adoção das reformas econômicas neoliberais na Argentina sob o governo Menem e os rumos seguidos na sua implementação; de outro, a reorientação drástica que se processa na condução da política externa desse país no mesmo período.