Publicado pela primeira vez em língua portuguesa, este livro reúne três ensaios da irlandesa Iris Murdoch, considerada uma das maiores pensadoras e escritoras do século 20. Produzidos nos anos 1960, os textos inter-relacionam-se, compondo uma das obras mais prestigiadas da autora. Trata-se de uma sólida e dura crítica à filosofia moral, que ganhou relevância naquele período e continua influente ainda hoje. Murdoch propõe, alternativamente, uma visão ética que resgata a concepção platônica da “boa vida”.
A autora se contrapõe ao conceito de moral que elege a vontade como elemento mais importante da esfera da moralidade, considerando-a, ainda, independente e soberana. A vontade, por essa visão, representa o último fragmento de transcendência, jamais influencia a razão e é perceptível apenas por meio dos efeitos públicos de suas manifestações. O ser humano sujeito a tal vontade, diz Murdoch, está tão imerso no universo materialista que praticamente anula sua espiritualidade.
Para a escritora, a filosofia moral tem características "behaviorista , existencialista e utilitarista”. Behaviorista porque não tem interesse na vida interior, existencialista por enfatizar a "solitária, onipotente vontade", e “utilitarista” porque atribui peso moral a atos públicos isolados. Por tudo isto, Murdoch considera a teoria moral completamente inadequada, equivocada em aspectos fundamentais, além de conceitualmente pobre.
A pensadora defende que o "Bem”, relegado por essa filosofia moral a um segundo plano, não é algo transcendente, e o coloca no coração de sua própria concepção de vida moral. Para Murdoch, que não se declara teísta, só se pode falar de transcendência ao se referir a “Deus”, que não é representável e seria, necessariamente, o verdadeiro objeto de atenção por oferecer um ponto de partida “razoável” para o que ela compreende como “Bem”.
Central para a autora é, na verdade, a realidade do “Bem”, luz que revela as coisas como elas são de fato. Ela sugere que entrar em contato com essa realidade proporciona foco na verdade e permite rejeitar a fantasia. Fundamentalmente, Murdoch argumenta que perceber o real com suficiente atenção requer amor. E que é por meio do amor, principalmente, que a alma se liberta da fantasia e entra em contato com o “Bem”.
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Esta tradução da Metafísica do Belo, de Schopenhauer, compreende o conjunto de preleções lidas pelo filósofo em 1820, na Universidade de Berlim. A elas se juntam as preleções intituladas Teoria de toda a representação, pensamento e conhecimento; Metafísica da natureza; e Metafísica da estética. Mediante tais textos tem-se um acesso dos mais claros e didáticos ao pensamento do filósofo de Frankfurt, que já primava pela clareza expositiva, contra a corrente estilística germânica de sua época e seguindo a tradição britânica. As Preleções permanecem atuais não só pela investigação da essência íntima da beleza, mas também pela ressonância em diferentes autores, como Nietzsche, Freud e Machado de Assis. O filósofo eleva a arte a uma categoria suprema e reconhece, na contemplação desinteressada, uma forma de neutralizar momentaneamente o sofrimento existencial.
O nome do filósofo inglês Francis Bacon é normalmente associado às origens do método científico, às teses empiristas e à crença na capacidade da ciência de controlar o mundo, crença espelhada pelo conhecido lema "saber é poder". Neste livro, escrito em 1609, procura-se uma inusitada conexão entre o conhecimento e o aperfeiçoamento do homem. Trinta personagens do rico universo simbólico da mitologia grega, como Cupido e Ícaro, têm seu significado analisado por uma ótica que privilegia os ensinamentos morais e práticos que é possível retirar de cada um deles.
Obra fundamental para o pensamento democrático moderno, este livro é composto por ensaios do pensador italiano Alberto Filippi e do professor brasileiro Celso Lafer, que examinam e revelam a influência do pensamento de Norberto Bobbio fora da Itália. Filippi aborda os eixos fundamentais da obra de Bobbio e suas influências na produção intelectual na Europa e na América, enquanto Lafer se debruça na contribuição do pensamento de Bobbio no Brasil e em Portugal. Uma homenagem póstuma a Bobbio, um dos maiores teóricos do século XX, professor italiano que conseguiu aliar a moderna Filosofia do Direito, a Teoria Geral da Política e a apaixonada defesa dos direitos fundamentais, única garantia que tem a sociedade civil no plano nacional e internacional para levar adiante a socialização positiva das idéias de justiça e de liberdade.
Paul K. Feyerabend, um dos filósofos da ciência mais citados e controvertidos de nosso tempo, completou sua biografia em seu último mês de vida. Em um estilo límpido e vibrante, o autor evoca sua família, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e cenas do teatro, da música lírica, dos trabalhos da filosofia da ciência, as mulheres de sua vida e suas relações com alguns dos intelectuais mais importantes deste século: Brecht, Wittgenstein e Popper.
Esta é primeira obra do alemão Hans Joas, um dos autores mais influentes da atualidade na área de Filosofia, traduzida para o português. Escrito em 2011 o livro aborda o candente tema dos direitos humanos, a partir de um estudo inovador e surpreendente sobre sua fundamentação histórica. Onde residem as raízes dos direitos humanos? Teria se originado na tradição judaico-cristã? Ou teriam surgido no bojo do iluminismo?