Primeira obra de David Roas publicada no Brasil, este livro reúne seis ensaios escritos por ele entre 2001 e 2011, que apresentam sua própria concepção acerca do fantástico. Escritor alinhado ao gênero, Roas exerce aqui o papel de crítico, para o qual o fantástico, mais que um gênero, é uma categoria estética, pois transborda da literatura para as artes em geral – cinema, teatro, quadrinhos, games e demais formas que espelhem o conflito entre o real e o impossível, característico do fantástico.
De acordo com Roas, o fantástico dependerá sempre do que seja considerado real e o real, do conhecido, pois o leitor precisa contrastar o fenômeno sobrenatural com a concepção de realidade. Em meados do século 18, quando despontou na literatura, o gênero representaria uma espécie de contraponto ao racionalismo iluminista: o culto à razão desbanca a fé no sobrenatural e o torna inofensivo, algo com que se pode “brincar literariamente”. Hoje, segundo o autor, os artistas encontram inspiração nas ciências, que desvendam fenômenos diversos para teóricos, escritores, leitores, possibilitando novas abordagens do real e do fantástico.
Roas reconstrói e analisa a trajetória do gênero, conceituando-o e delimitando-o, além de tratar dequestões teóricas sobre sua definição. Ele percorre outros autores clássicos que também debateram o tema, como Todorov e Irène Bessière, e apresentacomo exemplos de suas revisões e indagações teóricas, obras de autores contemporâneos, como Borges, Cortázar e Poe, abrindo caminhos para uma discussão mais ampla e densa sobre o fantástico.
Autor deste livro.
Este livro de Maria Lúcia Gonçalves Balestriero tem como primeiro e principal mérito voltar-se para um poeta de escassa fortuna crítica, embora reconhecido pelos grandes nomes de nossa crítica como uma voz original e significativa da poesia brasileira do século XX.
O professor Jean Marie Goulemot é um ávido leitor e também um grande frequentador de bibliotecas. Assim, nesta obra praticamente autobiográfica, que remonta às suas principais lembranças, ele nos relata suas andanças por bibliotecas da França, Espanha e Estados Unidos. Traz, portanto, uma narrativa desses caminhos percorridos, mas também serve de mote para que debata sua visão romântica dessas instituições.
Conhecido dos brasileiros em especial por seus ensaios dedicados a Fernando Pessoa e por sua extensa colaboração com o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, o português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) deixou larga obra crítica e ensaística, cujos vários aspectos esta antologia procura contemplar.
Este livro é resultado de uma pesquisa sobre a poesia lírica de Arquíloco, poeta grego do século VII a.C. Orientado por uma metodologia segura e atualizada, são destacados alguns aspectos filosóficos como, por exemplo, a "descoberta do indivíduo" e a "efemeridade humana", acompanhados por um estudo sobre a figura do guerreiro arcaico, armas táticas, narrativas marciais e metáforas de guerra. Trata-se de uma obra interdisciplinar que enfoca aspectos da filosofia e da história clássicas, ao lado dos da literatura.