Tzvetan Todorov percorre neste livro várias correntes e tradições de estudos da simbólica da linguagem, ou seja, a esfera dos chamados sentidos indiretos da linguagem, aqueles que são como que acrescentados a seu primeiro sentido, chamado de “direto”. O autor ressalta, porém, que o prefixo negativo em “indireto” não deve ser considerado um fenômeno ocasional. Ao contrário, diz, a produção indireta de sentido se manifesta em todos os discursos, e muitas vezes de forma preponderante.
Todorov inicia sua pesquisa no passado, pela tradição hindu, e prossegue com a abordagem de diversas contribuições e nomes emblemáticos da retórica e da hermenêutica: Quintiliano, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, a Lógica de Port Royal, Espinoza, Friedrich Schleiermacher, Peirce, Jakobson, entre vários outros. O filósofo divide o livro em duas partes – “Simbólica da linguagem” e “Estratégias da interpretação” – ressaltando, no entanto, tanto a distinção quanto a identificação da solidariedade do simbólico e da interpretação, ou seja a produção e a recepção, dois âmbitos de um mesmo fenômeno.
Todorov propõe uma teoria geral para o estudo desses elementos, que possa abranger o conjunto de possibilidades aí inscritas, e uma estratégia particular, de produção ou recepção do simbólico. Esta conforma-se pela escolha, pautada em certos critérios, de uma determinada estratégia em prejuízo de outra. Ao traçar tal percurso, o filósofo pretende ser mais descritivo do que normativo: “Não tenho uma ‘teoria do símbolo’ ou uma ‘teoria da interpretação’ novas para propor (talvez por ter lido muito as dos outros). Procuro estabelecer um quadro que permita compreender como tantas teorias diferentes, tantas subdivisões irreconciliáveis, tantas definições contraditórias puderam existir”.
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Neste ensaio, que integra a Coleção Todorov, o filósofo búlgaro percorre um único domínio do vasto campo da Antropologia para estudar o ser humano a partir de um ângulo incomum. Ele busca compreender não o lugar que o homem ocupa na sociedade, mas, ao contrário, o lugar que a sociedade ocupa no homem: “Em que consiste, para o indivíduo, a exigência de conhecer apenas uma vida em comum?”.
Ao traduzir e organizar esta coletânea, publicada originalmente em 1965, Tzvetan Todorov revelou aos leitores franceses a existência de uma notável escola de análise literária que prosperara em São Petersburgo (posteriormente, Leningrado) e Moscou entre 1915 e 1930. Trata-se de uma das poucas obras publicadas no Ocidente que apresentam textos da volumosa produção dos integrantes dos chamados formalistas russos, fundadores da escola formalista, que revolucionou a crítica literária, deu origem à lingüística estrutural e influencia ainda hoje o pensamento científico.
Todorov define este livro como o estudo das diferentes maneiras de compreender e definir os “fatos simbólicos”, afirmando que não cabe, portanto, fazer uma definição liminar do símbolo. Ele opta por abordar um conjunto de disciplinas que no passado dividiram o terreno do signo e do símbolo: a semântica, a lógica, a retórica, a hermenêutica, a estética, a filosofia, a etnologia, a psicanálise, a poética. “O símbolo constitui o objeto deste livro: como coisa, não como palavra. Não se encontrará aqui uma história do termo “símbolo’”, escreve.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
Neste livro são estudadas, em suas múltiplas implicações, o romance de Jorge Amado (1912-2001), produzido na década de 1930, e o romance neo-realista português, publicado no início da década de 1940. O objeto de trabaho são as obras que se destacam pela ênfase política e pela existência de traços literários convergentes que apontam para a revalorização do realismo e o aprofundamento da temática social. A tese norteadora pretende demonstrar que o projeto estético-ideológico de Jorge Amado foi incorporado pelos neo-realistas na primeira fase do movimento, contribuindo para o surgimento de um novo romance social em Portugal, em que os elementos da composição literária apresentam afinidades estéticas e ideológicas com a narrativa empenhada do autor baiano.