O livro A Voz e o Sentido é uma contribuição aos estudos de poesia oral com base em uma pesquisa de campo com vários narradores, realizada no pantanal sul-mato-grossense. Seu principal objetivo é ouvir os moradores ribeirinhos para compreender as maneiras de produção, manifestação, armazenamento e (re)significação do texto poético oral. A leitura dos relatos resulta numa tentativa de desatar a poesia oral dos grilhões da escrita e, para tanto, de compreendê-la em seu sentido dinâmico.
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Prova que a literatura popular existe sem formato de livro. É o resultado de três anos de coleta de relatos orais no Pantanal sul-matogrossense, quando foram ouvidas 27 pessoas em mais de 50 horas de gravação. Valoriza a cultura, a sociabilidade e a criatividade da região. Inclui mitos, lugares assombrados, lembranças da Guerra do Paraguai e histórias sobre vaqueiros e violeiros famosos. A primeira parte traz informações sobre os contadores de histórias e o método de pesquisa; a segunda apresenta as histórias transcritas, divididas em mitos, lendas, contos populares e "causos" sobre condução de bois e caçadas.
Os ensaios que compõem este livro foram escritos ao longo dos últimos quinze anos. Apesar de terem tido distintas motivações e sido produzidos em diferentes tempos, eles possuem alguns elementos comuns fortes, temáticos e metodológicos, os quais lhes dão também unidade e organicidade. O nome do livro, O Cão do Sertão, tirado do título do primeiro ensaio sobre Guimarães Rosa, "O cão do sertão no arraial do Ão", serve de fato para identificar o seu conjunto, pois ele se refere ao poder desmesurado do homem na sociedade patriarcal brasileira, ou seja, à forma descompensada de vivência do amor pelos homens e pelas mulheres, motivo que atravessa a maior parte dos estudos.
Wilma Maas procura recuperar o conceito de Bildungsroman (romance de formação) ao longo de sua existência histórica, mostrando como se transformou em parâmetro crítico da literatura alemã, tomando por base Wilhelm Meister, de Goethe. Essa transformação permitiu que o conceito fosse a expressão mesma de uma literatura nacional e intérprete privilegiado dos ideais de equilíbrio da classe social burguesa.
Nos primeiros meses de 1930, Walter Benjamin planejou uma coletânea de ensaios sobre literatura com o objetivo de "recriar a crítica como gênero", mas este livro nunca se materializou; e assim como seu projeto sobre as passagens parisienses também esboçado em 1930, a obra foi considerada por ele uma das "derrotas em grande escala" de sua vida. Entretanto, sobreviveram resíduos vitais da sua tentativa de recriar a crítica da época. Em meio a esse brilhante repositório do início dos anos 1930, estão anotações para um ensaio sobre "A tarefa do crítico", um dos artigos que Benjamin planejava incluir na coletânea não publicada sobre literatura. Nas anotações de Benjamin sobre a tarefa do crítico, como já indicado, ele enfatiza que "um grande crítico permite que os outros formem suas próprias opiniões com base na análise crítica que ele produz". Esperamos que este livro exemplifique essa máxima em relação a Eagleton, em especial porque, como Stuart Hall observa, "a forma interrogativa" de um livro de entrevistas, pelo menos potencialmente, "convida o leitor a participar de algo que é, em todo caso, um diálogo.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.