O BILDUNGSROMAN NA HISTÓRIA DA LITERATURA
Wilma Maas procura recuperar o conceito de Bildungsroman (romance de formação) ao longo de sua existência histórica, mostrando como se transformou em parâmetro crítico da literatura alemã, tomando por base Wilhelm Meister, de Goethe. Essa transformação permitiu que o conceito fosse a expressão mesma de uma literatura nacional e intérprete privilegiado dos ideais de equilíbrio da classe social burguesa.
Autor deste livro.
Os ensaios que compõem este livro foram escritos ao longo dos últimos quinze anos. Apesar de terem tido distintas motivações e sido produzidos em diferentes tempos, eles possuem alguns elementos comuns fortes, temáticos e metodológicos, os quais lhes dão também unidade e organicidade. O nome do livro, O Cão do Sertão, tirado do título do primeiro ensaio sobre Guimarães Rosa, "O cão do sertão no arraial do Ão", serve de fato para identificar o seu conjunto, pois ele se refere ao poder desmesurado do homem na sociedade patriarcal brasileira, ou seja, à forma descompensada de vivência do amor pelos homens e pelas mulheres, motivo que atravessa a maior parte dos estudos.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
O livro A Voz e o Sentido é uma contribuição aos estudos de poesia oral com base em uma pesquisa de campo com vários narradores, realizada no pantanal sul-mato-grossense. Seu principal objetivo é ouvir os moradores ribeirinhos para compreender as maneiras de produção, manifestação, armazenamento e (re)significação do texto poético oral. A leitura dos relatos resulta numa tentativa de desatar a poesia oral dos grilhões da escrita e, para tanto, de compreendê-la em seu sentido dinâmico.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
Os artigos que compõem esta antologia de interpretações de Os Sertões, originalmente publicada em 1904, pela Laemmert & C., formam um sistema coerente, dialogam entre si, permitindo que aquele período da história seja, de alguma forma, entrevisto e revistado pelos leitores. Nesta edição foram acrescentados dois textos da época, com a mesma pertinência, que não constavam da publicação original.