A relação entre o historiador e seu tempo é uma das questões cruciais do debate historiográfico, metodológico e teórico, problemática densa e propícia à reflexão crítica acadêmica, eleita como tema do XVIII Encontro Regional de História da ANPUH-SP, realizado em 2006 na UNESP-Assis. Antonio C. Ferreira rastreia a transformação da fábrica da história em indústria cultural e seus desdobramentos em termos de modos de produção, sujeitos, práticas, mercados, produtos e seus valores. Maria Stella M. Bresciani coloca Oliveira Vianna, Gilberto Freyre e Sérgio B. de Holanda em interação nas lutas e projetos políticos de sua época. Em homenagem aos 40 anos de edição do livro Da senzala à colônia, de Emília V. da Costa, a autora o situa em sua época de produção. A contribuição de Viotti à historiografia é analisada por Rafael Marquese e por Cristina Wissembach. Os artigos sobre Relações de poder, imprensa e historiografia assinala preocupações metodológicas indispensáveis no trabalho do historiador. Sobre Gênero e cultura são reproduzidas apresentações qeu visam localizar a emergência das temáticas femininas nas lutas afirmativas e no contexto sociocultural contemporâneo. Os saberes escolares trata de memórias e práticas dos professores de História da rede municpal de rede municipal de São Paulo, e da memória escolar à luz de vários pressupostos teóricos.
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Responde a uma complexa indagação: o que é ser paulista? Para isso, estuda a obra dos letrados paulistas entre 1870 e 1940. Relaciona literatura e história, mostrando que os intelectuais do Estado, no período enfocado, buscaram a criação de uma identidade regional. As principais fontes consultadas foram o Almanach Literario de São Paulo e matérias contidas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, além de romances, novelas, contos e outras narrativas. Foram analisados, entre outros autores, Júlio Ribeiro, Valdomiro Silveira, Menotti del Picchia e Guilherme de Almeida.
Coletânea de ensaios que procuram abordar os múltiplos aspectos do processo de formação da identidade paulista. Dividida em duas partes, a primeira visa dar conta das representações e dos processos que produziram as bases para a consolidação de tal especificidade paulista. Já na segunda, encontramos a análise das características da vida cultural de São Paulo a partir da década de 1920: marco na redefinição da dinâmica cultural do Estado. O Teatro de Arena, o cinema da Boca do Lixo, o modernismo nas artes plásticas, a idéia de São Paulo como locomotiva do Brasil, o espírito bandeirante: esses são apenas alguns dos temas presentes na coletânea.
Onze anos depois da Semana de Arte Moderna de 22, Oswald começa a pôr em prática o projeto de uma série de romances intitulada Marco zero, no qual procuraria retratar o Brasil que estava surgindo a partir de 1930. Nem todos os volumes programados foram escritos e a crítica sempre considerou o resultado como de valor menor por seu excesso de engajamento político. Antonio Celso Ferreira procura desfazer essa interpretação pela leitura atenta de historiador sintonizado com a evolução da literatura brasileira.
Nesta obra sobre os grandes nomes que contribuíram para a escrita da História, o leitor irá descobrir como o estudo desta disciplina se desenvolveu de acordo com os olhares diversos desses intelectuais. Ao longo de dezenove capítulos, cada um dedicado a um historiador, é possível ainda ter um panorama de suas produções, percebendo-se as contribuições dadas para a composição desta ciência.
Os ensaios deste livro do historiador François Dosse discutem, entre outras coisas, a questão da identidade nacional tal como ela orientou o discurso histórico francês até o começo do século XX e o seu abandono sob a égide das ciências sociais e do estruturalismo; a importância da hermenêutica de Paul Ricoeur para o historiador ou ainda as interpretações de Maio de 68 e a influência exercida por aquele acontecimento-ruptura sobre a disciplina histórica. O autor analisa também a trajetória de alguns dos principais representantes da Nova História, como Georges Duby, Fernand Braudel e François Furet, e se detém sobre luminares do pensamento estruturalista, como Roland Barthes, Jacques Lacan e Michel Foucault. Apesar da diversidade aparente dos temas, os textos retomam as preocupações de François Dosse para com o estruturalismo e suas relações com a história (e seu esfacelamento).