No ano em que se comemorava o centenário de nascimento de Beethoven, Wagner publica um ensaio em homenagem ao seu compatriota, cujo título nomeia o homenageado. Nesse texto, Wagner toma por base conceitos empregados na obra O mundo como vontade e epresentação
de Schopenhauer e vê na obra beethoveniana a consagração do conceito de Idéia, a profundidade musical revelada no sublime, em oposição à superficialidade e idéias estéticas sazonais. Este livro apresenta uma análise aprofundada desse importante texto do século XIX, o qual é pouco conhecido em língua portuguesa. A partir das idéias inseridas em Beethoven, o autor verifica três eixos de relações, a saber: a relação Wagner-Beethoven, a inserção desse texto na estética musical do século XIX e o uso da filosofia schopenhaueriana por Wagner como instrumento de legitimação filosófica, visando colocar Beethoven como fundador da Obra de Arte Total.
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A partir do conceito de Pitágoras, no século VI a.C., que concebe a mousiké como uma manifestação artística que envolve muito mais do que uma reprodução técnica de sons e se relaciona com conceitos filosóficos de harmonia, cosmos e logos, a autora mergulha no século XX. Estuda então os compositores Alexander Scriabin e John Cage, verificando como eles apresentam vários pontos em comum com o pensamento pitagórico. A música é então valorizada no seu aspecto técnico e, principalmente, no filosófico.
Revogado o Ato Institucional 5 (AI-5) em 1978, o cinema brasileiro, que estava “sob” a ditadura, voltou suas câmeras para o regime de exceção. Este livro analisa filmes “sobre” a ditadura militar produzidos entre 1979 e 2009, uma produção vasta: somente nosanos 1980 foram lançados mais de 30 obras com essa temática. Nas três décadas seguintes, o assunto continuaria frequentando as telas – nos anos 2000 mais de 20 lançamentos tinham a ditadura como foco.
Considerado um dos melhores e mais abrangentes estudos mundiais sobre o período "pré-cinema", este livro é de grande importância para o estudo da arte, da fotografia e da sétima arte. Aponta ainda como efeitos do cinema contemporâneo, como fades e panorâmicas, foram inventados e empregados nos séculos XVIII e XIX. (Co-edição: Editora SENAC São Paulo) O cinema, arte e indústria, atravessou o século XX e começa o XXI numa trajetória bem documentada, repleta de fatos e personagens à disposição de quem queira conhecê-los, em filmes, livros e jornais. Este trabalho de Laurent Mannoni dedicado ao "pré-cinema", ou seja, ao esforço de conquistar a técnica da produção de imagens em movimento, mostra que também essa fase várias vezes secular foi rica de acontecimentos, com seus malogros e êxitos, seus heróis e mártires criativos - a exemplo de Christiaan Huygens, o inventor da placa animada (a projeção numa tela da imagem luminosa e movimentada) que morreu em 1695, exatamente duzentos anos antes de dar-se por inventado o cinema, ou cinematógrafo. Com clareza e vivacidade de exposição que estimulam a leitura, abrindo freqüentes "janelas" de testemunhos sempre interessantes, A grande arte da luz e da sombra, indispensável aos estudantes e profissionais de fotografia e cinema, endereça-se também ao público amplo apreciador de história, ciência, tecnologia, literatura e sociologia. O SENAC de São Paulo e a Editora UNESP dão mais esta importante contribuição à bibliografia das artes visuais no país.
Reúne artigos de palestras promovidas sobre as preciosidades do barroco, principalmente no Estado de São Paulo, em cidades como Mogi das Cruzes, Itu, Embu e São Roque. Não deixa de lado, porém, a produção dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Enfoca arquitetura, ornamentação de igrejas, literatura e música, considerando a Igreja como o pólo irradiador de cultura na época do Brasil colonial. Destaca a importância de Frei Galvão como arquiteto e da pintura colonial paulista no universo do barroco brasileiro.
Este livro de Marta Dantas sobre a vida e a obra de Arthur Bispo do Rosário fará o leitor pensar, sobretudo aquele que estiver habituado às tradicionais monografias sobre artistas cultos que têm lugar indiscutível na história da arte. Respeitando a particularidade da poética bruta a ser estudada, a autora analisa os objetos, as miniaturas, os escritos, as vestimentas, os bordados e o principal trabalho do artista, o Manto da apresentação, que é a "síntese da mitopoética do artista, de uma vida transformada em ilusão"; e articula Ciências Humanas, Estética e História da Arte, numa perspectiva refinada que transcende o convencional.