ENSAIOS SOBRE A TEORIA E A PRÁTICA DA LITERATURA
Edward Lopes é um scholar, também amplamente conhecido como lingüista, ensaísta e fino romancista. Nesta obra de maturidade, liberta-se de todos os ranços acadêmicos e oferece-nos doze ensaios, ricos de informação, penetrantes pelas análises e vazados em um estilo pessoal, saboroso e irônico. Estuda obras literárias de várias épocas e origens, com tratamento lingüístico ou semiótico ou à maneira de Bakhtin ou de Propp, mas de forma crítica e muito livre. São seus temas: o ensino da língua, semiótica da literatura, Bakhtin, Saussure, Camões, os Árcades, Cornélio Penna, Borges, o Lazarillo de Tormes e Unamuno, entre outros.
Autor de 2 livros disponíveis em nosso catálogo.
Estudo básico sobre Cláudio Manuel da Costa. O autor elabora uma avaliação precisa do contexto literário arcádico no país e uma análise original da obra do poeta mineiro.
Novos ensaios sobre Machado de Assis pretende, no centenário de morte do escritor, em 2008, oferecer uma visão plural, variada e representativa das abordagens mediante as quais o problema crítico "Machado de Assis" vem sendo pensado por estudiosos contemporâneos, de diversas linhas de pesquisa, permitindo um novo e bom debate de idéias, olhares e descobertas sobre a vida e a obra do escritor, além de servir como referência para estudiosos de sua produção e para um público geral de pesquisadores preocupados em compreender, à luz do século XXI, um artista que acompanhou de perto cinqüenta anos da vida social, cultural e política no Brasil. Esta coletânea reúne ensaios de Alcides Vilaça, Antônio Carlos Secchin, Abel Barros Baptista, Francine Fernandes Weiss Ricieri, Gilberto Pinheiro Passos, Hélio de Seixas Guimarães, Ivan Teixeira, João Adolfo Hansen, John Gledson, José Luís Jobim, Juracy Assmann Saraiva, Lúcia Granja, Márcia Lígia Guidin, Marta de Senna, Paulo Franchetti, Sílvia Maria Azevedo e Ubiratan Machado.
O interesse da autora em relação ao livro A via crucis do corpo, de Clarice Lispector, lançado em 1974, deve-se, num primeiro momento, ao fato de o mesmo ter sido considerado uma "obra menor", um "desvio" ou, até mesmo, um "lixo", quando comparado às demais publicações da autora, por ter sido escrito "por encomenda", "às pressas", num período em que a escritora passava por dificuldades financeiras. Buscando suscitar elementos que permitam a (re)avaliação dessa visão, Nilze Reguera apresenta uma leitura da obra sob a perspectiva da encenação, considerando como a simulação ("parecer" e "não-ser") e a dissimulação ("não-parecer" e "ser") se entrelaçam no texto.
O arco de tempo durante o qual um dos maiores escritores brasileiros do século XIX, e talvez de todos os tempos, realizou a sua obra, foi rico de acontencimentos de capital importância. Machado de Assis assistiu a evoluções e câmbios tão marcantes no tecido político, social e cultural da nação que, pode-se dizer, constituíram etapas no tempo irrepetíveis, como a conquista da Independência colonial, o fim da escravidão, a proclamação da República, para não deixar de citar tão-somente os processos mais significativos.
Este trabalho objetiva definir o que significou o fragmento literário para o pensamento filosófico e teórico do Primeiro Romantismo Alemão, como o mesmo fragmento configurou-se numa forma original de expressão e de que maneira ele se aproxima da poiesis, apagando os limites entre criação artística e reflexão teórica. Com os primeiros românticos, sobretudo Novalis e Schlegel, a idéia de crítica literária perderá muito de sua característica judicativa, isto é, uma obra de arte já não deveria ser entendida, analisada ou julgada através de um conjunto de valores pré-definidos, fundamentados no gosto ou nas normas vigentes nos mais diferentes tratados estéticos de composição. Assim, notadamente em Novalis, surge o fragmento literário, uma espécie de estrutura aforística, que encontra sua forma na herança do pensamento filosófico greco-latino, sobretudo, nas grandes ruínas textuais do pensamento pré-socrático. Mediante o fragmento literário, Novalis revê o ideal de crítica com base em uma linguagem criadora: a poiesis original, que se amalgama à linguagem teórica e potencializa os sentidos da crítica, que passa a atentar para a estrutura e as características singulares de cada obra, e não mais se permite guiar por um conceitual padronizado, prefixado, com suas normas, postulados e regras gerais.