ESTUDO DOS LIVROS 5 E 12 DA ANTOLOGIA PALATINA
Enquanto, em nossos dias, a discussão sobre gênero esquenta e se amplia, na antiga Grécia tal debate não faria sentido. Nesta obra, Luiz Carlos Mangia Silva oferece uma contribuição importante para uma reflexão sobre o tema e para uma compreensão mais apurada acerca da cultura e do erotismo dos antigos gregos.
Ele analisa mais de 60 epigramas eróticos gregos da Antologia Palatina – parte vertida pela primeira vez para a língua portuguesa – que selecionou entre 250 produzidos entre os séculos III a.C. e I d.C. E percebe que, embora pertençam à mesma categoria (eróticos) e tenham características muito semelhantes do ponto de vista da composição, os poemas foram separados no livro 5 e 12 da coleção. Por quê, se em compilações antigas os epigramas eram apresentados como um só conjunto?
Mangia Silva conclui que a divisão reflete a interferência cristã nas compilações posteriores, em que os epigramas foram distribuídos conforme o destinatário – a amada ou o amado: “A separação, de um lado atende a uma expectativa cristã relativa à expressão sexual, de outro escamoteia um importante traço da cultura grega: o da experiência unívoca da sexualidade”.
Autor deste livro.
Estuda todos os 28 livros de Lobato dirigidos ao público adulto, por meio de ensaios que analisam e interpretam o pensamento social, político e estético do incontrolável autor de Cidades mortas e O escândalo do petróleo. Sua obra adulta apresenta um lado menos conhecido de Monteiro Lobato: visionário, polêmico, empreendedor, inovador, nacionalista, militante.
Os ensaios que compõem esta obra resgatam a memória de um dos mais importantes encontros literários da história do Brasil – o 2º Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária, realizado em 1961 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis – e propõem uma reflexão sobre a produção literária brasileira contemporânea e sobre a riqueza crítica e historiográfica que floresceu desde aquela época.
Um dos inventores mais geniais de todos os tempos, Nikola Tesla (1856-1943), conta aqui a própria história. Engenheiro elétrico e mecânico, além de físico, ele pouco se detém, no entanto, nesta obra autobiográfica, nos detalhes técnicos e conceituais de suas criações. Ao longo destas páginas emerge um ser humano peculiar, dono de um cérebro altamente imaginativo, e seu surpreendente processo de criação. Tesla concebeu o sistema de corrente alternada, que possibilitou a transmissão de energia elétrica, e lançou as bases do desenvolvimento da tecnologia moderna - as comunicações sem fio, a robótica, o controle remoto, o radar, a ciência computacional, a balística.
Poucos são os estudos mais aprofundados sobre a produção de Lima Barreto, um dos expoentes da literatura brasileira do início do século XX e autor de obras clássicas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos. Mas esta pesquisa do inglês Robert John Oakley, que é professor de português e espanhol da Universidade de Birmingham, se diferencia ainda mais por ir além da análise das muitas obras do autor, entre narrativas longas, contos, sátiras e crônicas. R. J. Oakley, ao destrinchar a trajetória literária de Lima Barreto, baseia-se nos resultados da pesquisa sobre as pouco investigadas leituras do autor, e revela que textos como O que é a arte?, de Tolstoi, Os heróis, de Thomas Carlyle, e autores como Herbert Spencer e Henry Maudsley, serviram muito para desenvolver sua concepção da prática da escrita e do papel da literatura. Neste livro, o leitor poderá ter acesso a uma visão mais ampla do pensamento barretiano, partindo justamente das obras que serviram de referência na formação do seu caráter crítico. Assim, em um trabalho meticuloso, R. J. Oakley mostra como a influência de textos variados é capaz de moldar um escritor.
Ao apresentar o Machado de Assis crítico literário, este livro também revolve os primórdios dessa atividade no país, que floresceu juntamente com a própria literatura brasileira, num momento – meados do século 18 – em que esta despontava, no meio intelectual, como um dos elementos com força para ajudar a legitimar a nação recém emancipada. Além de um conjunto significativo de textos do escritor veiculados em periódicos da época, parte jamais publicada em livro, a obra traça toda sua trajetória como crítico, retratando seu amadurecimento como um dos precursores dessa função no país.