INSEGURANÇA URBANA E FRAGMENTAÇÃO SOCIOESPACIAL
O espaço não é mero coadjuvante, mas determinante das demais dimensões da vida urbana, como a social, a econômica, a política e a cultural. A partir dessa visão, as autoras desta obra foram investigar as causas e consequências da implantação de condomínios fechados residenciais de acesso controlado nas cidades paulistas. Elas examinaram o fenômeno em três cidades médias (Presidente Prudente, Marília e São Carlos), considerando a hipótese de que a tendência de segregação está se expandindo e aprofundando, principalmente em consequência da percepção da insegurança urbana.
Se tal percepção é conseqüência, principalmente, da influência da mídia e dos discursos políticos, como a obra sugere, a autossegregação e o alheamento decorrentes desse estilo de morar provocam mudanças profundas na vida dos que optam pelo isolamento e na própria dinâmica das cidades. Estas passam a se fragmentar e terminam por perder sua característica primordial, a de serem espaços de contato com a diversidade.
O estudo demonstra que os condomínios fechados influenciam ainda a tendência de expansão dos tecidos urbanos, fato verificado nas três cidades avaliadas. As novas estruturas espaciais levam à redefinição das relações entre centro e periferia, por exemplo, e também das práticas espaciais dos habitantes das cidades, revelando novas relações entre a sociedade e o espaço.
Autor deste livro.
Em um trabalho contundente para a formação e os cuidados da infância, Luciano Antonio Furini reúne esforços para mostrar como é possível integrar redes sociais, assistência social à criança e ao adolescente e representações sociais. Isso sem ignorar a necessidade de unir teoria e prática, esferas pública e privada, para encontrar maneiras de criar um sistema realmente viável.
Este trabalho a respeito de punks conta com elementos de antropologia, história, sociologia, psicologia, geografia, filosofia e com estudos de identidade cultural. Resultado do contato e do envolvimento do autor com o grupo pesquisado numa convivência por sete meses, explora conteúdos geográficos existentes na memória e no imaginário social de jovens brasileiros engajados em movimentos culturais. Uma contribuição da geografia para o estudo dos punks que também reforça o debate dos novos rumos da geografia brasileira, na perspectiva dos sujeitos sociais.
Guerreiro Ramos lutou ferrenhamente pelo reconhecimento da sociologia como um campo de possibilidades transformadoras. Viveu em um período de extrema efervescência cultural e política no Brasil, entre 1930 e 1964, pregando, sobretudo, a construção de um capitalismo autônomo no país. Uma figura polêmica e provocadora, que agora recebe a devida atenção neste livro de Edison Bariani Junior, resultado de sua tese de doutorado.
O autor Gilberto Dupas é um dos principais estudiosos das lógicas e efeitos do capitalismo global e volta ao tema da globalização nesta obra, onde aborda os destinos da humanidade, tratando de suas incursões na filosofia, na política, na economia e apontando os impasses gerados nessa nova ordem global. Aborda a assimetria entre os poderes que os principais atores econômicos, políticos e sociais exercem sobre a nova ordem global e caracteriza as instabilidades e os impasses na formulação de modelos consistentes de equilíbrio e governabilidade sistêmica para a primeira metade do século XXI.
A sociologia da ciência pode investigar e explicar o conteúdo e a natureza do conhecimento científico? Muitos sociólogos acreditam que não. Eles dizem que o conhecimento enquanto tal, distinto das circunstâncias ao redor de sua produção, está além de seu alcance. Voluntariamente, eles limitam o alcance de suas próprias investigações. Argumentarei que isso constitui uma traição ao ponto de vista de sua disciplina. Todo conhecimento, ainda que se encontre nas ciências empíricas ou mesmo na matemática, deve ser tratado, exaustivamente, como material para a investigação. As limitações que ocorrem aos sociólogos consistem em entregar algum material a ciências afins, como a psicologia, ou em depender das pesquisas realizadas por especialistas em outras disciplinas. Não existem limitações que repousem sobre o caráter absoluto ou transcendente do próprio conhecimento, ou sobre a natureza especial da racionalidade, da validade, da verdade ou da objetividade.