ESTUDO DA POESIA SATÍRICA DE OLAVO BILAC PUBLICADA EM PERIÓDICOS DE 1894 A 1904
Este livro analisa a veia satírica de Olavo Bilac, "contrapondo sua biografia literária às questões destacadas pela recepção ulterior da obra, ... chamando atenção para os pontos não suficientemente investigados do acervo artístico do escritor e denunciando em que medida as lacunas se intalaram por força do preconceitos que ainda vêm cercando a compreensão da obra do poeta". Alvaro simões examina os poemas satíricos de Olavo Bilac, abordados conforme o periódico em que apareceram, sistemática que permite acompanhar o percurso histórico dessa produção ao mesmo tempo que a análise dos poemas individuais faculta o conhecimento de sua temática, estilo e gênero. Predomina a paródia, utilizada para expressar não apenas a vida política na ocasião, final do século XIX, mas também o cotidiano carioca da época. Os poemas aproximam-se ao fait-divers do jornal, coerente com o veículo que difundia os versos satíricos de Bilac, propiciando o entendimento de hábitos populares e problemas marcantes da sociedade brasileira, considerados os esforços de modernização em curso no período.
Autor deste livro.
Edward Lopes é um scholar, também amplamente conhecido como lingüista, ensaísta e fino romancista. Nesta obra de maturidade, liberta-se de todos os ranços acadêmicos e oferece-nos doze ensaios, ricos de informação, penetrantes pelas análises e vazados em um estilo pessoal, saboroso e irônico. Estuda obras literárias de várias épocas e origens, com tratamento lingüístico ou semiótico ou à maneira de Bakhtin ou de Propp, mas de forma crítica e muito livre. São seus temas: o ensino da língua, semiótica da literatura, Bakhtin, Saussure, Camões, os Árcades, Cornélio Penna, Borges, o Lazarillo de Tormes e Unamuno, entre outros.
Poucas são as obras dedicadas à poesia moderna que não façam referência à produção poética de Arthur Rimbaud. Em sua lírica, ocorrem simultaneamente a ruptura com certa tradição literária e a criação de uma linguagem e de uma técnica de escritura que vão repercutir profundamente na poesia posterior. O livro trata de um estudo sobre a obra As iluminações, precedido de reflexões sobre a produção literária do poeta e de caracterizações do poema em prosa. Um dos poemas mais importantes dessa obra, "Parade", termina com uma frase desafiadora: "Somente eu tenho a chave dessa parada selvagem". Com esse desafio irônico, o poeta chamava atenção para um dos pontos fundamentais de sua poética: o texto põe em questão nossos hábitos de leitura, desafia nosso conhecimento lógico, faz com que coloquemos os pés em um universo cuja ordem não é mais aquela que percebemos na realidade.
Este livro é uma brilhante contribuição para o estudo filosófico da linguagem e da mente, escrito por um dos mais influentes pensadores de nosso tempo. Em uma série de penetrantes ensaios, Noam Chomsky adentra a confusão e o preconceito que tem atingido o estudo da linguagem e da mente, trazendo novas soluções aos enigmas tradicionais e vigorosas perspectivas sobre assuntos de interesse geral, desde o problema do corpo-mente até a unificação da ciência. Usando uma série de análises lingüísticas imaginativas e ilusoriamente simples, Chomsky argumenta que não existe uma noção coerente de "linguagem" externa para a mente humana, e que o seu estudo deveria assumir como foco o construto mental que constitui nosso conhecimento dela. Portanto, a linguagem humana é um objeto psicológico e, em última análise, um "objeto biológico", que deve ser analisada pelo uso da metodologia das ciências naturais. Seus exemplos e análise se combinam neste livro para apresentar uma perspectiva única e convincente sobre a linguagem e a mente.
A obra apresenta artigos científicos correspondentes a algumas das comunicações de resultados de pesquisa apresentadas no Simpósio "Travessias: o leitor, a leitura e a literatura", realizado durante o IX Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada-ABRALIC, em Porto Alegre, no ano de 2004. Os textos sublinham a importância da discussão e da reflexão sobre os caminhos percorridos pela criação literária, considerando aspectos tanto de sua produção como de sua circulação e recepção.
Nesta longa e minuciosa pesquisa, realizada quase totalmente na Itália entre 2001 e 2009, Maria Betânia Amoroso recupera e analisa as impressões deixadas por Murilo Mendes entre os italianos durante o período em que ele viveu naquele país (1957 a 1975). Seu maior objetivo é contribuir para a releitura do percurso do poeta e de sua abrangente obra, ao iluminar aspectos ainda poucos estudados de sua trajetória. Conhecido principalmente por sua poesia, Murilo Mendes, católico atuante nos anos 1930 e 1940, foi na verdade um intelectual completo: poeta, ensaísta, crítico de arte, jornalista.