TEORIA ROMÂNTICA E TRADIÇÃO CRÍTICA
Propor - e responder - questões estéticas quanto à relação entre a arte e o artista, mais do que em relação à natureza externa, ao público ou aos requisitos internos do próprio trabalho, foi a tendência típica da crítica moderna até algumas décadas atrás, e essa continua a ser a tendência de muitos - talvez a maioria - dos críticos atuais. Esse ponto de vista é muito novo se comparado à história de 2.500 anos da teoria ocidental da arte, pois sua emergência como uma abordagem abrangente da arte, compartilhada por um grande número de críticos, não tem mais do que um século e meio. A proposta deste livro é historiar a evolução e (no início do século XIX) o triunfo, em suas variadas formas, dessa mudança radical para a perspectiva do artista no alinhamento do pensamento estético, e descrever as principais teorias alternadas com as quais essa abordagem teve que competir. A preocupação do autor concentra-se nas consequências decisivas dessas novas posições da crítica para a identificação, análise, avaliação e criação de poesia.
Autor deste livro.
A escritora Clarice Lispector sempre desafiou a crítica. Sua obra permanece cercada em mistério, geralmente estigmatizada como de difícil acesso e compreensão. Este estudo revela audácia científica e poder de investigação ao estabelecer pontes entre o processo criativo da autora e o zen-budismo. São estabelecidos elos entre o processo de individuação da artista e a experiência zen, num processo que consagra a qualidade expressiva da escritora e motiva novas e instigantes interpretações.
Arquíloco de Paros foi um dos poetas mais célebres - ou notórios - da Antigüidade greco-romana; julgavam-no digno de ser nomeado ao lado de Homero e Hesíodo, embora o caráter de sua poesia fosse muito diverso da deles. Não há nenhum comentário moderno sobre Arquíloco que seja abrangente: os poucos comentários antigos desse tipo estão bastante ultrapassados,não só por causa do acréscimo do número de fragmentos, devido àsdescobertas de importantes inscrições e papiros, mas também por causadas mudanças nas perspectivas dos estudos clássicos, que agora identificamnovas perguntas por fazer, além das tradicionais. Este livro representa, porém,um grande passo na direção do cumprimento desse objetivo. Ao escolher um dos temas mais importantes e coerentes nos versos de Arquíloco, o da guerra e da luta, e ao realizar um estudo sistemático dos fragmentos relevantes, a autora oferece uma valiosa contribuição para os estudos arquiloquéios.
Nesta longa e minuciosa pesquisa, realizada quase totalmente na Itália entre 2001 e 2009, Maria Betânia Amoroso recupera e analisa as impressões deixadas por Murilo Mendes entre os italianos durante o período em que ele viveu naquele país (1957 a 1975). Seu maior objetivo é contribuir para a releitura do percurso do poeta e de sua abrangente obra, ao iluminar aspectos ainda poucos estudados de sua trajetória. Conhecido principalmente por sua poesia, Murilo Mendes, católico atuante nos anos 1930 e 1940, foi na verdade um intelectual completo: poeta, ensaísta, crítico de arte, jornalista.
Este livro, ao relacionar as fábulas dos poemas de Guillaume Apollinaire (1880-1918) à sua lírica, mostra como a repetição de temas e os compromissos estéticos, culturais e ideológicos do artista mantêm-se voltados para a escrita de uma poesia que ele considerava eterna. "Em uma época na qual a poesia é freqüentemente prisioneira dos sistemas e das teorias, Apollinaire soube simplesmente ser poeta. Simplesmente, mas totalmente: sem recusar nada do que o mundo lhe oferece, unindo em um mesmo abraço o espetáculo da vida, a experiência pessoal e a cultura, acolhendo todas as formas da expressão poética, sensível a todos os apelos estéticos de seu tempo, salvaguardando, com um sotaque inimitável, a pureza de sua inspiração no âmago das múltiplas solicitações."
Edição de poemas e prosa de Cruz e Souza - um dos principais poetas do simbolismo brasileiro -, antes dispersos em diversos periódicos. A obra é acopanhada de um estudo crítico que apresenta o lugar dessa produção no cenário da literatura brasileira.